Vento que sabe onde não tocar
Depois da explosão,
o eco.
Depois da avalanche,
o vale.
Silêncio -
não o da fuga,
mas o da reverência.
O corpo, exausto,
se aquieta.
A alma, desfeita,
senta-se entre os cacos
e respira.
Sem urgência.
Sem resposta.
O choro já foi derramado.
Agora é só o som do nada
que começa a curar.
Não há mais perguntas,
nem ânsia por sentido.
Apenas o sussurro do tempo
passando pela pele
como um vento que sabe
onde não tocar.
Maria
Enviado por Maria em 20/04/2025