Ela ainda não tem permissão para pousar.
Não pode tocar o chão daquelas terras,
não lhe é permitido voejar
sobre os dois poços da alma - escuros e profundos -,
nem soprar beijos nas pétalas das flores
e pomos das árvores.
Ela está perdida no ar
entre tantas e tantas tentativas de pouso...
obrigada a arremeter, se debate
entre nuvens e bússolas
que não dizem se haverá
um tempo propício para o pouso.
Ela até tem plano de voo, sabe que o Mar
toca suas areias de quando em quando,
lambe suas entranhas
quando as emoções explodem em palavras,
mas... não tem autorização
para em suas águas pousar...