Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Eco da Alma na Matéria do Tempo

Sigo... com as mãos estendidas ao invisível, com o peito feito cais de espera. Carregada de tempo, dor e silêncio. Vou... rangendo minhas rodas sob o peso da dor e da memória de um tempo que passa lépido... E lá se vão três voltas da terra ao redor do sol. E lá se vão eternidades e eternidades de palavras perdidas no tempo. Palavras que nunca conseguiram alcançar o coração almejado. Lutaram, lutaram... nasceram na gema do peito, fluíram para fora pela boca da poeta... galgaram o ar... e perderam-se em seus passos em busca do teu coração... Talvez, talvez, congelaram no tempo... emolduradas por um caminho antigo e enevoado... onde sigo... caminhando lentamente, enquanto ao fundo paira um suspiro desenhado no ar... um grito... um poema... profundo, maduro, terno - como um eco da alma na matéria do tempo. Somos duas almas antigas que se reconhecem - por entre palavras, silêncios e caliças do tempo. No entanto... voas cada dia para longe de minha estrada... Então sigo... sigo compondo um poema-diagrama... com delicadeza, ternura, amor... como se fosse uma inscrição no vento ou num velho diário de alma, as mãos estendidas ao invisível, com o peito feito cais de espera... Sigo... Carregada de tempo, dor e silêncio. Vou...

Maria
Enviado por Maria em 03/05/2025
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