Maria
Prosa e Poesia
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Torpor

É eu que preciso continuar para não morrer.

É eu que preciso destilar o fel, o mel...

Tirar o véu... a dor do dia de hoje...

que me entregou tanta tristeza...

a dor, tão profunda,

que foi como se o raio

atravessasse o coração,

cortasse a alma em pedacinhos

e jogasse os cacos no chão.

 

O que fazer?

O que dizer?

O que pensar?

Aquele olhar dói muito...

 

Ele está longe,

adormecido agora...

e eu aqui a me lamentar!

 

Quem sabe

ele tenha adormecido

em outros braços...

e eu aqui a amar!

 

Sabe?

Eu não entendo mais nada,

não compreendo mais nada.

E não sei se quero

ainda compreender

ou entender.

 

Eu acho que só quero seguir.

Talvez encontre um raio de luz

que me leve pra uma outra galáxia.

Talvez encontre um destino

que me leve pra longe.

 

Tão longe, tão, tão, tão longe.

Que quem sabe o esquecimento,

o tempo, a distância, se mesclem

e o coração já não sinta mais dor,

só torpor...

Maria
Enviado por Maria em 09/05/2025
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