É eu que preciso continuar para não morrer.
É eu que preciso destilar o fel, o mel...
Tirar o véu... a dor do dia de hoje...
que me entregou tanta tristeza...
a dor, tão profunda,
que foi como se o raio
atravessasse o coração,
cortasse a alma em pedacinhos
e jogasse os cacos no chão.
O que fazer?
O que dizer?
O que pensar?
Aquele olhar dói muito...
Ele está longe,
adormecido agora...
e eu aqui a me lamentar!
Quem sabe
ele tenha adormecido
em outros braços...
e eu aqui a amar!
Sabe?
Eu não entendo mais nada,
não compreendo mais nada.
E não sei se quero
ainda compreender
ou entender.
Eu acho que só quero seguir.
Talvez encontre um raio de luz
que me leve pra uma outra galáxia.
Talvez encontre um destino
que me leve pra longe.
Tão longe, tão, tão, tão longe.
Que quem sabe o esquecimento,
o tempo, a distância, se mesclem
e o coração já não sinta mais dor,
só torpor...