Maria
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Manifesto do Devir

Quando a Vida dança no Tempo

O devir não se explica.

Ele acontece.

Como a Aurora Boreal -

não se captura com palavras,

apenas se contempla

com a alma em silêncio sepulcral.

 

O devir se move,

muda de cor, de densidade,

se dissolve nas névoas -

na cerração -,

se acende em luz.

É dança -

ir e vir, cá e lá,

vozes de sombra e clarão.

 

O tempo e o espaço não são separados:

são o mesmo tecido onde a vida respira.

Nessa tessitura sutil, o devir é o instante:

vivo, incerto, inteiro.

No devir, posso ser e desfazer,

errar, silenciar,

rir, transformar,

ficar.

 

É o tudo e o nada.

A neutralidade

das quatro equações da vida.

É um dia a mais,

um a menos —

um que falta para viver,

um que transbordou

de Vida-Ser.

Tudo entrelaçado,

solto e preso,

perto e longe,

dentro e fora.

Viver - Morrer.

 

O devir é sentimento.

É emoção pura -

é o mundo pulsando em nós.

E quando o sentir toca o tempo,

a filosofia cala,

porque já não precisa dizer.

 

O devir - em Maria - é isso:

vida em estado de ser.

Maria
Enviado por Maria em 11/05/2025
Alterado em 11/05/2025
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