Engulo as pedras de silêncio
que me rasgam o peito.
Cada gole é uma vírgula
que corta a garganta
a ponto de emudecer.
Poesia é diálogo.
E a minha segue o fluxo
dessas águas
que se estagnaram
num poço com todas as dores
que nos ferem a alma.
Sou nau perdida
nestas marés clandestinas
de silêncio profundo e dolorido.
Perdi-me do porto, do cais
e já não sei mais me achar.
Engulo as pedras de silêncio
que me rasgam o peito.
Cada gole é uma vírgula
que corta a garganta
a ponto de emudecer.