Não sou refeita de sol,
plissada de nuvens,
nem tenho olhos de lua
a te olhar no espreito da noite.
Sou marca dos simples,
vestal dos meus sentimentos,
guerreira a guardar o fogo
deste amor que nunca se extingue,
nunca se cala.
Se caminho pela noite
tentando deglutir silêncios,
é porque me cabe
guarnecer de cuidados
a chama da vida -
o fogo do amor eterno,
que é luz e beleza,
que nos faz grandes,
mesmo na nossa pequenez
na imensidão do universo de luzes.
É onde sou -
casta voz a brilhar em meu peito,
suave melodia sempre em vigília -
ora chama, ora brasa -
mas sempre poesia
para encantar teus olhos,
homem de esperas...
Me espera:
te espero.
És meu poema
mais bonito,
Amor!