Maria
Prosa e Poesia
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Me ouvisses com a alma aberta

Sim, já atravessei madrugadas de dor,

já tive dias assim...

dias em que escrever

é o único jeito de respirar,

de não se afogar no próprio peito.

 

Mas não sei transformar

o grito sufocado em palavras...

me falta o azedo do tempo,

o medo do morrer

no ar úmido dos vagalumes...

 

Não sei transformar

um fragmento em poema, não sei...

nem sei deixa-lo assim,

bruto, nu, como precisa ser...

atravessado de amor,

pulsando vida, dor,

amor, silêncio, entrega...

 

Por isso, queria

que me ouvisses com a pele,

com o peito, com a alma aberta...

nem que fosse por uma vez só,

me ouvisses com a alma aberta...

o coração despido de medo...

 

Sabes que já atravessei

madrugadas de dor,

já tive dias assim...

em que a alma destila

essa beleza triste,

quase sagrada,

de quem ama para além de si,

de quem transborda sentimento...

mesmo que ninguém o vê...

ninguém o sente...

ninguém o escuta...

por isso... queria...

queria que me ouvisses assim...

me ouvisses com a pele,

com o peito, com a alma aberta.

 

Queria que me ouvisses assim...

 

Maria
Enviado por Maria em 28/05/2025
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