Não há sombras nesta viagem. Cada passo é um tropeço, cada tempo um raio que corta o universo dos pensamentos. Há dias de mais esperança, há mais dias de menos. Acreditar é a chave, mas como girá-la se o tempo passou e lá já se vão três voltas da terra ao redor do sol e nada mudou? São perguntas que me aniquilam, que me destroçam o espírito. Falo destes séculos de nossa janela do tempo profundo. É por ela que "ainda" nos olhamos... olhos nos olhos, coração com coração... sem toque, sem pele, sem calor, sem um carinho no cabelo intempestivo pela idade. As horas voam, os anos sofregam distâncias e logo a eternidade colherá nossos desejos mais secretos e íntimos, nossos sonhos mais lindos... E, atordoados pela vida - que nos acolherá de morte -, iniciaremos uma nova e, talvez, talvez, interminável busca por nossas duas gemas de vida que a uma só alma pertencem...