Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Sentir cruciado de dores

Não sei costurar belezas,

nem perfazer a água

que corta como lâmina

ao descer da garganta em palavras.

 

Sei que minha alma sente e sente demais...

Talvez, talvez, por isso, a letra é viva,

pulsa em meus pra dentro,

não pede licença para invadir teus olhos.

 

Vai rasgando feio, vai dizendo tudo,

vai vomitando aos borbotões

o sentir cruciado de dores

da alma em constante ebulição.

 

Sou rústica, nada feérica,

tenho em mim a força bruta

de todas as vulnerabilidades,

minha fragilidade é brado,

o grito de minha palavra escrita.

 

Se gotejo poemas

neste velho pergaminho do tempo

é porque um dia a vida me ensinou

a respirar para sobreviver

à púrpura mortalha de minha -

desde o nascer adquirida -

esquife mortuária...

Maria
Enviado por Maria em 31/05/2025
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