Para além da linguagem - as palavras não ditas.
As que se calam e nos afogam dentro do peito
ou escorrem em borbotões
numa carta escondida num diário íntimo,
num choro soluçado e triste.
Sim, a palavra é insuficiente,
precisaria falar com as mãos, a pele, o corpo...
Mas, preciso me dobrar em versos,
destilar em linhas, soçobrar em poemas
até que a alma vire silêncio, suspiro, lágrima, gesto, olhar...
Não disfarço a urgência de se fazer presença,
de ser percebida em meus sentimentos,
de ser amor, inteiramente...
E... quando não há mais palavras...
falo com os olhos, com o respirar, com o arrepio,
a linguagem das almas que se reconhecem
mesmo sem palavras, sem som...