Foi uma primeira centelha
lançada ao chão,
um fragmento da alma
que dançou ao vento,
rodou, rodou -
acolheu-se, solitária,
sobre a grama ainda serenada.
Um acender de meus pra dentro,
um fulgurar divino
e esplendidamente único.
Um clarão a me iluminar o caminho
em direção à primeira página da vida.
Passado o clarão, o brilho,
a escuridão voltou -
e dela nasceu um horizonte
para o espírito - todo poiesis*.
* poiein (ποιεῖν: criar, fazer, tornar-se mundo)