Não sei como tateio o chão -
talvez, talvez, quando em meio à escuridão,
como um cego que precisa sentir com as mãos o caminho,
ou quem sabe, como um taciturno sonhador...
ou, ainda (que seja) um plantador de sonhos...
deixando transbordar toda sensibilidade...
assim, assim, num pálido brilho,
num rápido clarão - à iluminar-me a alma,
tornando visíveis precipícios e sombras,
meus canyons e cavernas - interiores.
Não sei como tateio o chão,
mas sinto o meu devaneio -
esse preso por um cabresto,
aquele olhando de asas abertas o céu -,
sinto o crepitar de dentro,
lançando-se - magmacento -
em busca da esperança perdida!