Maria
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Crepitar de Dentro

Não sei como tateio o chão -

talvez, talvez, quando em meio à escuridão,

como um cego que precisa sentir com as mãos o caminho,

ou quem sabe, como um taciturno sonhador...

 

ou, ainda (que seja) um plantador de sonhos...

deixando transbordar toda sensibilidade...

 

assim, assim, num pálido brilho,

num rápido clarão - à iluminar-me a alma,

tornando visíveis precipícios e sombras,

meus canyons e cavernas - interiores.

 

Não sei como tateio o chão,

mas sinto o meu devaneio -

esse preso por um cabresto,

aquele olhando de asas abertas o céu -,

sinto o crepitar de dentro,

lançando-se - magmacento -

em busca da esperança perdida!

Maria
Enviado por Maria em 07/06/2025
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