Não mexa no meu espírito
já remexido de mim.
Apenas realce o seu fluxo,
dê brilho ao ritmo,
para que ele possa respirar...
Sempre manterei o mistério,
a dúvida e as perguntas 'chovendo'
no mensageiro do tempo...
Me meça, me molde,
corte, costure...
faça de meu espírito
um canto de origem,
sem título alternativo,
sem variações...
Não mexa no meu espírito.
Deixe-o vibrar:
num gesto inaugural de si,
numa palavra que me contenha
em meus pra dentro.
Sempre manterei a discrição.
Sem mais versos,
sem mais fragmentos,
sem mais respirações...
Agora.
Porque logo volto...
Sabes!
Não há como não remexer palavras...
Não há como calar, não há...
como (con)viver com o não-escrever!