Maria
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Mestiça do Tempo

Sou mestiça do tempo.

Carrego o sopro de mil vozes

no ventre do peito

e trilhões de palavras nas veias.

 

Sou do tempo dos antigos e arcaicos.

Reverencio o sagrado,

sinto a dor ancestral,

luto pelo amor eterno.

 

Dentro de mim ecoam

Safo, Orfeu, Petrarca.

Sou do tempo dos trovadores.

Canto o amor impossível,

e ainda assim canto -

porque amar é existir.

 

Sou do tempo medieval,

convivi com os místicos

e os visionários.

 

Por isso, o mergulho profundo

nas águas da alma,

a convivência com o silêncio,

o saber que há mais

no não-dito do que no dito.

 

Sou mestiça do tempo,

um pouco aqui,

outro pouco ali,

mais um lá...

 

Carrego em minha alma

traços de Rumi,

de Tagore, de Novallis.

Falo com minha alma

como quem fala

com o Amado Invisível...

Raridades!

 

Carrego o sopro de mil vozes

no ventre do peito

e trilhões de palavras nas veias.

Maria
Enviado por Maria em 08/06/2025
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