Minha alma
não aceita
ser domesticada.
Selvagem,
deixa-se levar
pelo ritmo natural do sentir.
Sem pose excessiva,
sem transpiração forçada.
Autêntica,
desfolha-se
em sua singularidade
de ser.
Fala -
e deixa que o eco encontre
quem precisa ouvi-lo, senti-lo.
Cada grito nasce na raiz:
do pensamento,
da própria alma.
É dentro dela
que a dor é guardada,
nomeada,
transformada
em pedra-polida-memória,
em delicadeza existencial -
para ser suportável.
Dá-se voz
ao que
não tem resposta.
Lapida-se
o não manifesto.
Mergulha-se
na intimidade
do silêncio selvagem.
Por isso, minha alma
não aceita ser domesticada.