É zero hora no marco do tempo.
E aqui tudo é imbuído de simbolismo.
Aqui há uma metáfora
para cada sentimento latente:
da perda, da finitude, da saudade.
O tempo passa
e a consciência da mortalidade
avança vertiginosamente.
Não é o medo,
não é o lamento de desespero
que beira a mente,
mas um pesar manso,
sereno de melancolia,
o olhar contemplativo
para a vida que fenece
um pouco a cada dia.
Assim, assim... como o outono
que cobre os campos
do silêncio das sementes,
do silêncio das folhas mortas
e das rosas desfeitas.
Sim, sou campo santo de memórias,
sou estação das perdas e saudades,
sou baú de lembranças que ainda vibram,
mesmo o nascer do crepúsculo,
a aurora do anoitecer da vida
que, triste e só,
na hora zero, morre/fenece...