Não tenho dote,
nem auroras
de ouro ou pérolas
para caminhar labirintos
sob as rubras luas.
Também não carrego ficheiros
sobre os capachos dos pés.
É que minha escrita
é feita com o coração.
Por isso, desdenho das mãos,
das portas
que batem
quando saio e,
sem laço,
me lanço
no abismo
de meus pra dentro.
Lá o tempo é curto
e as horas
são feitas de brisas
e pó de estrelas.