Almeias da Alma

Sigo pelas almeias do dia
como um pássaro que jorra
seu grito - em tumulto e oração.

São alamedas do céu,
esses caminhos de dentro:
labirintos incansáveis
que percorro -
alma em ebulição.

Suas nuances dançam cores
como aurora boreal:
do rosa-púrpura das mortalhas
ao azul crepitante dos sonhos.

Minha alma, abrasada,
intimida as chamas eternas,
o fogo dos demônios -
e ainda assim,
refrigera angústias antigas,
ânsias mal curadas,
com o frescor da aurora neblinada
de um inverno que amanhece,
desenhando o dia...

Consinto.

Sou flor que chora ao ser tocada.
Pois... vivo!

Assim, assim...
sigo pelas almeias da alma
como um pássaro que jorra seu grito
em tumulto e silente oração.