Passam carruagens de pensamentos.
Uma a uma, distanciam-se
no tablado da vida.
Precipito-me a escrever
com esse ar de fúria criptonitada
que me transforma em retalho,
fiapo do mundo.
Correntes voam
nos precipícios de dentro.
Mas, longe vai o cais...
distante o porto.
Lamenta-se o corpo,
enquanto dos meus olhos
caem as pálpebras —
folhas caducas,
outonadas de desesperança.
Descem
em furiosas cachoeiras,
para morrer no encontro
com o vento das almas partidas.
Por entre os olmos do peito:
um coração.
Silêncio.
Carruagens de pensamentos
se atravessam na noite sozinha.
Uma a uma,
distanciam-se
no tablado da vida...