Maria
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Textos

Olhos de Cotovia

No espelho, olhos tristes de cotovia.

Entre os trigais da alma,

os segredos — pra sempre — guardados.

No aspergir dos sonhos,

celeiros de esperanças despencam dos céus.

 

São com castiçais do espírito

os pergaminhos do tempo —

bebem filosofias

como tonéis d’água fossem.

 

Mesmo a tristeza,

mesmo a dor —

nas Cartas ao Vento,

há alegria pelas palavras existirem -

pelo seu proferir -

mesmo sem ver o rosto,

mesmo no não contemplar dos olhos.

 

As dores — tão presentes —

destilam-se em cada nota,

em cada soneto,

a afogar o peito em lágrimas.

 

Vivo o eclipse do mundo

no mesmo trovejar da rua molhada,

no grito e no clamor da lúgubre vivência.

 

No espelho,

olhos tristes de cotovia.

Entre os trigais da alma,

os segredos — pra sempre — guardados.

Maria
Enviado por Maria em 19/06/2025
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