Quisera a tua fronte em paz roçar,
com brisa brava, a meiga doçura,
beijo selvagem feito de ternura,
na alma o teu suspiro repousar.
No encontro das metades, sem cessar,
selar dos sonhos nossa arquitetura,
na luz sutil, sem toque, sem ranhura,
teu mundo em sombra inteira iluminar.
Quisera em ti lançar meu canto inteiro,
encher de aurora o vácuo que em ti cabe,
na pausa, ser teu som verdadeiro...
Como teclado em clave que não sabe
fugir da dor: do grito derradeiro,
sou nota viva onde tua alma sabe.