Quando amamos profunda e verdadeiramente, mas não estamos junto da pessoa amada, a mente tenta nos proteger. Ela constrói argumentos, tenta negar o sentir, cria miragens de indiferença, porque ainda não estamos prontos para a grandeza do amor. O amor pleno, verdadeiro, não é coisa de um dia, nem de um acaso do tempo. Ele é coisa antiga, ancestral, quase divina. Ele já é antes mesmo de sermos. Ele nos habita silenciosamente, nos atravessa em sonhos e se perpetua - mesmo sem resposta. E quanto mais lutamos contra esse amor, mais dor carregamos. Porque a alma sabe: está incompleta. O coração sente: falta a outra metade da gema. E por mais que tentemos negar, racionalizar, silenciar, há um sopro - eterno - que sussurra: 'é ali'. Por isso, desejar não desejar, desejar não sonhar é, talvez, o grito mais humano do amor impossível. Mas... ainda assim, é amor. E a alma sabe.