Às vezes, recaem sobre nós as nuvens pesadas,
e todos os dias cinzentos e chuvosos.
Às vezes, as ruas molhadas
são como dormentes arrancados
e sobre nosso dorso, já cansado,
passa um oceano todo de sofrimento...
E o dia, esponja embebia em dores e tristezas,
nos faz meditar que o destino se esgotou,
que o fundo do poço é o que nos resta ficar.
É quando a consciência é o caos de quimeras
que não nos trazem a felicidade verdadeira
e a fornalha dos sonhos se apaga
com as lágrimas de nosso próprio cuspe.
Às vezes, recaem sobre nós as nuvens pesadas,
e todos os dias cinzentos e chuvosos.