Agonizam as paredes da alma,
e tombam suas hastes aos ventos vis,
nos lábios trêmulos, sem paz, sem calma,
rolam rios de lutos tão sutis...
As sebes se inclinam - dor que desalma -
aos alpendres sombrios, tão febris,
na estalagem da solidão sem palma,
em ruínas de medos infantis...
Mas então das ruínas há renascença:
ergue-se um Sol nos olhos, luz imensa,
e os campanários dos sonhos se erguem.
Nos lábios nasce um riso, brando e forte,
como se a alma, vinda da sua morte,
desse um suspiro azul aos céus que seguem.