Se almas vissem os olhos do mundo,
O véu do ser seria então rompido,
No silêncio escuro e tão profundo,
O mistério seria luz e ouvido.
Em sombra insone, o espírito arde,
Na sede insaciada de saber,
Dedilha palavras, a arte,
Que ao sonho e vigília vem tecer.
Poetas, na penumbra, arautos,
Que acendem no verso a luz e o grito,
Do invisível, os sons e os cantos,
A alma que se perde e é infinito,
No tempo, em eterno desacato,
Canta o segredo calado e bendito.