Há flores que desconhecem flores,
E a razão entoa seu canto triste,
Nos ombros pesa dores e dissabores,
Que a alma em pranto, em silêncio, resiste.
A poetisa, torta em seu pranto,
Sonha o azul da montanha distante,
Mas a poeira do tempo, no canto,
Traz lembranças de dor constante.
No leito da noite a dor se esconde,
Em nuvem densa, memórias jazem,
Lágrimas são flores que não respondem.
E os sós amam, mas não sabem amar,
Na colheita seca onde tudo some,
Na dor que planta e deixa a alma chorar.