Sou previdente.
Guardo palavras
como quem guarda
os campos de trigo e centeio
ou constrói moinhos
sobre os outeiros
para que versos
nunca te faltem.
Em meio à bruma do dia
a tina recolhe as gotas que caem...
É assim que se formam
as searas da alma
e se desenha - do sentimento -
a amplidão.
Até o viajante que passa
pode se recostar neste parapeito
ou balaústre do tempo
para do pão e trigo colher.
Não existem sebes ou muros
por estas paragens e searas da alma.