Nos véus da aurora exala antiga flor,
fulgura um astro em névoas de lembrança,
e o peito cala a febre da esperança,
na estrada onde ressoa o velho ardor.
A rosa nova em muda cor se faz,
seus lábios tremem, mas não têm carícia,
enquanto a voz do céu, em longínqua missa,
dedilha o canto em notas de um jamais.
No tempo, dois amores se entrecruzam:
um - sombra que resplende e não fenece;
o outro - flor que nos dedos se confessa.
Oh, mágoa! Os olhos cravam onde acusam
o brilho antigo que do alto desce
e emudece a flor do amor que começa.