São só palavras,
desenhadas em perplexo
para deixar a vida enigmática
e com sentido.
São só palavras,
que me contém.
Meus esconderijos.
Mas, ao mesmo tempo,
lampejos da minha alma.
Ladrilham nossa janela
do tempo profundo,
nomeiam o indizível,
refugiam-se - puras,
contidas, ebulindo -
em meus pra dentro...
são opostos, contradições,
mas também o amálgama
que une nossas almas
e faz de nosso amor
chuva de rosas
mesmo na beira do abismo,
sobre o gelo frio
da beira da estrada.
São calor sobre o mármore
do silêncio.