Tua ausência hoje é palpável.
Dói e tem peso de planeta morto,
gravidade invertida
que arrasta a gente pra dentro.
Beira o introito -
esse limiar de queda sutil -
de descer por um sumidouro,
( feito de lembranças e silêncios)
e aportar em outros mundos.
Talvez em Marte ou Mercúrio -
onde arde mais o fogo
e há a possibilidade do fim.
Que fim?
O fim de tudo,
do início, do meio,
do tempo carcomido
de promessas e vestígios,
perdido de passados,
insólito de luzes
e soslaios de sonhos.
Tua ausência hoje é palpável.
É nome de estrela extinta.
E eu...
(olhos tristes e medrados
de medo de te perder)
uma órbita solitária em torno de ti...