Tudo em mim é um sopro da alma,
uma travessia entre a dor e a ausência
e a persistência em doar-se
mesmo quando não se é acolhida.
É a marca que mora em mim, minha fragilidade -
insistir mesmo a vida me devolvendo o fim
em ritmo de pontuação.
Não sei limpar o espelho sem alterar o reflexo -
sou toda doação em cada fio poético.
Não vejo o silêncio do outro,
não sei calar a voz desse diário íntimo
que continua cantando para o Sol
ou para a voz que se calou...