Sou eu que pulso
como uma constelação de dor -
intensa, orbitando
o eixo da ausência.
Me ergo de angústias
como se a palavra
fosse matéria densa
e não me permitisse calar.
Sou um planeta em combustão
ou, outro em aridez brutal.
Contrastes longínquos
e tão próximos que até dói.
Pulso.
Sou eco que transforma
a ausência em rito.
Por isto, este canto sombrio,
esse luto do sentir.
Preciso um poema
que caminhe ao meu lado,
que me diga - com todas as letras -
que nunca estive, não estou
e jamais estarei - outra vez - só.