Quero sonhar com um jardim sem fim,
um oceano de violetas em flor,
o cheiro de cedro no ar,
e âmbar repousando na tua pele morna.
Quero esquecer as pombas que choram
nos dias nublados de dentro,
e abrir as janelas da alma
para ver sempre o Sol —
aquele que nasce no teu olhar.
Não peço ousadia, só a ternura
de ouvir o riso nos teus olhos
quando me fitas, inteiro.
Quero sentir o cheiro amadeirado
da tua pele grudada na minha —
como raiz e terra molhada,
como promessa que floresce
nas manhãs em que me amas.