Também não consigo
encantar palavras
para expressar todas
as coisas que me vão,
o que sinto por dentro.
Desejo de elevar-me à felicidade
e guardar amor.
Não sei se sei dizer.
Mas tudo em mim quer.
Quer elevar-se, como prece,
como voo que não precisa de asas,
porque o amor já é vento.
Guardo amor como se fosse
a última chama do mundo,
como quem cuida de um sol pequenino
numa caixa de música esquecida.
Desejo a felicidade, sim,
mas daquelas que vêm
no toque de um olhar,
no silêncio de um abraço,
na ternura de um nome sussurrado.
E mesmo sem palavras,
meus olhos falam,
minhas mãos escrevem,
meu peito canta
o que a boca não diz.