Esse silêncio respeitoso
de quem não desvia os olhos.
De que sente junto,
de quem espera
o sussurro de lágrimas acalmar,
aguarda o descarrilhar completo do trem...
Esse silêncio respeitoso de quem se apoia
no mesmo parapeito da janela do tempo profundo
e olha o jardim seco de vento,
o horizonte de tempestade,
o sol - escondido entre nuvens...
Esse silêncio respeitoso
de quem vê a dor,
compreende o rasgado de dentro
e sabe que em cada palavra
há a lucidez que não finge,
há coragem, há sangue e ferida,
mas também há lume -
ainda que misturado com o breu.