Então como teu vô não conseguia ficar sem fazer algo, decidiu que iria pintar o teu quarto. Compramos a tinta e lá se foi o vô pintar o teu quarto. Você acompanhando tudo – sempre ao redor dele, falando, falando, falando com teu vô que te dava toda atenção. Eu amava que você podia ter essa vivência de tantos dias com teu avô. Depois de terminar o teu quarto pintou o quarto dos teus pais... e por fim... foi para a cozinha...
Quando teu vô estava pintando a cozinha com o rolinho você estava lá, olhando atento. Eu, na correria estendo roupa, limpando calçadas. Ao passar da lavanderia para fora da casa com uma bacia de roupas para estender ouvi você falando para teu avô:
- Vô, quando eu crescer eu nunca que eu nunca que eu vô querê pintá!
Eu fiquei parada esperando para ouvir como meu pai ia se sair dessa...Já conhecia que você não dava ponto sem nó e sabia que tinha alguma coisa que você queria dizer com essa frase.
Teu vô matutou um tempo e então falou:
- Você vai deixar as crianças pintar?
- É. As criança e os bebê.
Pronto! Teu avô entendeu e ensinou você a pintar com o rolinho.
Eu fiz uma poesia na época:
"- Vô, quando eu ser grande eu nunca, que eu nunca que eu vô querê pintá!
Parei na porta, bacia com roupas na mão. Pensei:
- O que será que meu pai vai dizer?
Meu pai pensou e por fim respondeu:
- Você vai deixar as crianças pintarem?
- É, as criança e os bebê!
Pronto, conseguiu, ficou tão feliz.
E meu pai arranjou, também do rolinho. um pequeno aprendiz".