Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Frestas da Clausura

Também queria caminhar tocando liras

na solidão de uma estrada esquecida,

enquanto a morte caminha -

lentamente - em minha direção.

Não quero canções tristes ecoando

sem destino ou lembrança na travessia da vida.

Há dor na alma, sim, e por ela caminho,

mas não desabitada de mim...

Levo em mim o mistério e a transcendência

da ancestralidade do tempo

e não me encolho diante

o tom sombrio e solitário da vida.

Há, sim, beleza na atmosfera densa

da contemplação do luto, no silêncio,

no esvaziamento do ser

que se embebeu de saudade e dor

transmutando-os em caminho,

em palavra viva, em gesto

de esperança íntima.

É assim que a Poeta borda luz

pelas frestas da clausura íntima.

Maria
Enviado por Maria em 13/07/2025
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