Não tenho, na manga, um poema de transição.
Tudo é presente, a dor, a saudade,
mesmo sublimada em beleza, em coragem,
em reconexão com a vida.
A poesia é um movimento de superação da alma,
um suspiro, um sopro costurado em palavras,
tecendo, aos grãos e sementes, trilhas de renascimento.
Os dedos de cinzel bordam emoções
e ancoram a alma na realidade -
de dentro e de fora ao mesmo tempo.
E o poema nascido é o fio vermelho
que costura os meandros da alma
à teia de luz da vida - em eterna ebulição.