Maria
Prosa e Poesia
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Sulcos Da Vida
Quando olho os combalidos da vida,
olho suas faces, sofridas,
doídas, cheias de sulcos,
e ouço o que os outros dizem...

- olha só,
acabou consigo mesmo,
como tá feio, acabado...

Eu não vejo isso.
Em cada sulco do rosto
vejo uma estrada que ele trilhou,
em cada olhar de dor
vejo uma decepção consigo mesmo
e com os outros,
em cada gesto de medo
vejo a realidade de sua vida.

E olho sua face e vejo beleza,
a beleza da vida,
a beleza de um filho de Deus,
a beleza da criação.

E sinto vontade de abraçar,
acalentar, dizer:
- Eu me importo com você.
E faço isso às vezes.

Mas sabe?
Sinto-me igual, igualzinha.
E queria que alguém
fizesse tudo isso comigo.
Que me dissesse:
- Eu me importo com você.
Que me abraçasse, acalentasse.

Mas todo mundo se engana comigo.
Acham que eu é que sou forte,
esperam tudo isso de mim,
e esquecem que eu também preciso.

O que fazer?
Mendigar?
Não.
Continuar a viver
e deixar Deus de mim cuidar...
Maria
Enviado por Maria em 15/02/2008
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