Maria
Prosa e Poesia
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Bastião e Mariazinha (II)
bastião é homem casado
com a doce e meiga maria
mas dorme com outra, o safado,
sempre, toda a noite, todo o dia.
e nisso, quem sofre? é maria!
que fica sozinha o dia inteiro
nunca vê no dia o bastião...
que dela se esconde, o matreiro.

claro, quando devo, dou razão.
a outra é bela, trabalhadeira,
cuida de si, decerto faz até esteira.
maria? ah! maria vive no mundo da lua,
fazendo poesia, catando cisnes na rua,
com o colo cheio de filhos e cisnes,
o dia todo de pernas pro ar,
é o que por aí as más línguas dizem.
e imagina só, prá piorar a situação...
só trabalha em velório, é carpideira,
a verdade, essa ninguém sabe,
maria chora, de tanta saudade
do bandido do bastião.

a outra não, essa sim, é descolada,
se cuida, cuida da casa, da loja,
uma linda mulher, de voz doce,
mas nunca tá com bastião,
fica longe dele o dia inteiro,
e às vezes de noite, já escuro,
bastião nem sabe do seu paradeiro.
pois pra ser assim linda, manter a pose,
a bela mulher, vive no cabelereiro.

já a doce e meiga mariazinha,
os olhos perdidos na janela,
sempre, sempre sonhadora,
passa o dia todo esperando
o safado do bastião chegando...
prá enchê-la de filharedo,
tem mais de dois mil, a iluminada.
sempre prenha, embarrigada,
e ele nem liga, pergunta nada,
vê os filhos só de vez em quando,
não ajuda nem a maria alimentar,
para que possa mais filhos lhe dar.

e só quando bastião quer,
só mesmo quando ele quer,
o esperto do bastião, faz poesia...
poesia de amor pra maria,
sua querida e amada mulher.

Maria
Enviado por Maria em 20/02/2008
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