Oitenta Anos De Insanidade
Em duzentos anos,
farei oitenta.
Poderia falar
de experiências de vida,
mas acho que não vivi.
Fui poupada.
Lembrei daquelas últimas palavras:
"A realeza se despede,
desejando a liberdade de ser feliz".
"A luz se despede desejando a
revolução e a quebra dos grilhões".
Lembrei e pensei:
"Mulher tu é uma tola.
Se essas foram
as últimas palavras para você
o que está fazendo aqui?
Por que teima em continuar?
Prá que continuar te humilhando,
te arrastando como um verme
aos pés que já se foram?
Sabes o que pensa o sol?
Sabes onde anda o sol?
Sabes o que sente o sol"?
- Não, eu me respondo, mas tem o jardim...
E por causa dele sempre volto.
Porque ele me faz ver
que o sol vive,
que brilha em algum lugar,
mesmo que não vejo,
que tem sentimentos,
porque só alguém
com muito amor no coração
construiria um jardim
tão encantador.
Maria
Enviado por Maria em 22/02/2008