Cicatrizes
E quantas e quantas vezes, mesmo sem querer, mesmo sem desejar, ferimos a pessoa amada, ferimos os que mais amamos, que estão mais perto de nós, lá entrelaçados em nossa alma, em nossa vida. E ferimos a nós mesmos. E distâncias se fazem, mesmo estando perto. Construímos abismos e derrubamos pontes... arranhando nossa alma, nossa vida, nosso coração. E mesmo que sejam momentos, que sejam instantes, ou não, um dia o tempo cura as feridas, mas as cicatrizes... essas... ficam...
Tuas unhas deixaram em mim
rastros de dor.
Cicatrizes que agora
ardem sem parar.
No peito o coração
pulsa doido,
lento e triste diante
de minha realidade.
O choro cala fundo
no espírito conturbado,
embaçado pelo calor das
lágrimas que tanto caem.
As cicatrizes são vísiveis,
não sangram do lado de fora,
mas doem como eu...
lhe querendo...
desejando em fogo ardente,
sem poder agora lhe ter.
O lago da esperança já secou,
naufragou na areia do deserto
que me deste, não há mais
presente, nem amanhã,
somente o choro meu,
choro de dor, nas palavras
do silêncio que causaram
cicatrizes de amor...
Maria
Enviado por Maria em 29/02/2008