Se eu tivesse as asas
de uma borboleta,
se eu soubesse voar,
queria agora planar
sobre montanhas azuladas,
pousando em cada flor,
em cada folha de árvore,
contando à elas
as maravilhas
que tinha visto,
que tinha encontrado
no caminho.

Falaria dos anjos
que voam alados,
fazendo canções
que entorpecem
os sentidos,
embriagam
a alma das flores,

falaria das
aves douradas
que em seu
melodioso trinado
trazem o céu
para morar na terra,

falaria de um reino de roças
onde mora um rei
que nas suas manhãs,
no alvorecer da sua noite,
no raiar do seu dia,
expande suas luzes coloridas
em forma de harmoniosas canções,
belíssimas imagens
que calam fundo
no coração de mulheres
desprevenidas e desguarnecidas
de proteção contra raios de amor.