Não Sei Arrancar-me
E eu quero acreditar
que o tempo, esse tempo
que me pregou
surpresas inesperadas
nesta altura de minha vida,
suaviza a dor e a saudade,
e alivia o coração
que chora aflito.
E esse pensamento
é minha oração diária a Deus.
Ainda não se fez acontecer,
mas acredito que
com o passar do tempo,
com o curvar das horas
da ampulheta
tudo se ajeita.
E isso me move a continuar
lutando, mas já nem sei mais
pelo que luto.
Sinto-me assim,
como um cipreste,
já plantado
crescido, num jardim.
Só que enquanto ele
foi escolhido,
eleito para ser
ali plantado,
eu invadi o jardim
e me plantei sozinha.
Agora não sei mais
me arrancar de lá.
Não sei o caminho
de volta prá casa.
Não sei...
Maria
Enviado por Maria em 19/03/2008