A Mão do Meu Pai
E a morte apesar de ser a certeza da vida, é a coisa mais doída por ser uma separação eterna.
Ao mesmo tempo que sei isso, eu sinto, a presença de quem partiu bem junto, bem perto.
E sei que sabe o que sinto, que me perdi no âmago da luz montanhosa e que agora não sei mais me achar.
Sei que sabe que queria seu ombro, um abraço e sei que me abraça e chora comigo, como sempre fez nos momentos difíceis.
E vejo sua mão, tão forte, tão maior, tão calejada, sofrida, segurando a minha.
E ouço sua voz dizendo:
- Você é muito chorona. Não chora. Viva agora. A vida é tão estupenda e extraordinária. E é assim.
Sinto a presença de quem foi, aqui, perto de mim. E não sei se sou louca por isso, mas converso com ela e falo o que vai em meu coração.
E sei que me entende, me compreende. E sei que afasta meu cabelo da fronte com carinho (meio desajeitado) e enxuga minhas lágrimas que agora choro, outra vez...
Maria
Enviado por Maria em 14/05/2008
Alterado em 14/05/2008